sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Aliterando P e B

Nós partimos aboiando
Na bota, barro
Na aba do chapéu, pó
No campo plantado, poeira
Sapoti, goiaba, cambucá, jenipapo, mangaba. Podre, parecendo pedra.
Apeamos dos potros a repousar a boiada.
Ali no acampamento, rabisco de bezerro
Pretérito de boi
Nas bezerras, úberes parecendo peroba
Por perto, aboletados, urubus e répteis
Expulsos o pardal e a pomba-rola.
A tropa de burros porta sobras, pinga, tempero, carabina e chumbo. Só.
Habitação não há.
Sem sabão sem sabonete. Suor.
Os capangas são só rebotalho.
Sem apologia da súplica cabocla
Também sem roubo e sem briga.
Sem rapsódia, sem rapto das Sabinas
E nós abestalhados, abilolados, aborrecidos.
Tem vez que dá apetite de empunhar a espingarda
Dar uns pipoco de bala de prata. Sem rubor, dar o bote, o rebote.
Abordar, aborrecer, irromper.
Romper com o perpétuo, com os vampiros, os patronos, os crápulas
Os pernósticos pastores, rabinos, padres
Com a biografia pré-cambriana que nos embalou
Replicar, correspondendo à reputação do pobre diabo
Substituir obsolescência por compromisso
Preponderar.
Resplandecer a poder de plumbum. Por que não?
Pois não, pois sim, pois é.

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