terça-feira, 9 de outubro de 2012

Xodó


Que lindo cãozinho! É seu? Claudionor? É um lindo nome para um animal.

Eu? Acho lindos, gosto mesmo, é um amor incondicional. Ah, se os humanos amassem uns aos outros como os cães, não concorda?

Sim, a relação que se estabelece é belíssima. Me emociona muito. E eles são charmosos, afetuosos, dedicaaaados!

Eu? Não, não tenho. Moro em apartamento. Vida louca, sabe? E faz cocô, fica o cheiro… A gente pisa no caminho para o banheiro à noite.

Pois é.

Também tem o preço da ração, da consulta, da tosa, do medicamento. Tá tudo pela hora da morte.

Pegar o Claudionor no colo? Não, obrigada. Estou de roupa preta.

Ah, não solta pelo?! É, mas tenho alergia, melhor evitar. Fico inchada, os olhos lacrimejam, eu espirro, fungo, tusso. Um horror. E feridas se abrem nos braços. Pústulas!

Não, prefiro também não passar a mão na cabeça.

Que é isso? Ele tá babando? Argh... Pára, cachorro, não chacoalha essa cabeça. Ai, minha calça de veludo! 
Você não se importa de limpar? Toma um lenço... Você pega na baba, não pega?

É, é uma linda relação que se estabelece. Que amor ele é, não?

Ai, não, não sobe na minha perna. Ei, ele me agarrou. O que ele tá fazendo? Larga, cachorro tarado! Tô fora!