segunda-feira, 7 de junho de 2010

De outro planeta

Do nada, um marciano apareceu aqui em casa dizendo que queria ser meu amigo. Perguntou quem era o nosso líder. Eu logo disse que é a minha mãe, mas ela não está. Que está no trabalho, só volta à noite e me mandou nunca contar isso a ninguém.

Aí, ele quis investigar tudo. É isso que os marcianos fazem depois que dizem que querem ser nossos amigos e descobrem quem é o nosso líder. Para que serve isso? E aquilo ali, o que é? É claro que ele conhecia tudo que é eletrônico; nem precisei explicar – celular, WII, forno de microondas, IPod, Kindle. Ele é extraterrestre e na terra dele tem tudo isso e ainda tem teletransporte, lição de casa que aparece pronta pelo comando das ondas mentais da gente, banho automático enquanto a gente brinca e pílulas de salada verde.

A primeira coisa que chamou sua atenção foi o capacho. Eu tentei explicar que servia para limpar os pés quando a gente chega da rua, mas ele não sabia nem o que era rua, muito menos o que era pé. Aí, cismou com as taças de cristal na prateleira. Eu falei pra ele não mexer naquilo que o nosso líder matava ele. Foi fuçar numa fotografia da minha irmã e as amigas dela na praia. Perguntou se elas estavam presas lá dentro e se eu queria que ele soltasse todo mundo com um raio Feisertm. Eu falei que era melhor não, pois ia escorrer água salgada em todo o carpete e nosso líder podia se tornar violento. A essa altura, meu cachorro já estava cheirando a canela extraterrestre dele. Eu me adiantei e disse que aquilo era um cão movido a baterias de biscrok e que estava na hora de levá-lo pra fazer xixi na rua. Para não deixar um alienígena sozinho em casa, que eu não sou bobo, é claro que levei o ET junto. Pelo caminho, ele retrucou que eu estava tentando enganá-lo e que, na verdade, nosso líder era o cachorro, pois ele andava na frente e eu tinha que seguir, ainda por cima preso por um couro amarrado ao meu pulso. E limpando toda a sujeira que ele ia deixando. Pois eu apontei o dedo pra ele e lhe disse que, se ele pensava que o cachorro era o nosso líder, era porque não conhecia minha mãe. Quando a gente voltou pra casa, o bicho pegou. Ele quis brincar de ser o líder, talvez pensando em governar o mundo. Eu falei que já tinha gente demais querendo o cargo, mas ele pegou a coleira do Ziggy que tinha ficado lá na porta, amarrou no seu pescoço e prendeu a guia no meu pulso. E saiu correndo pela casa e me puxando. E... quebrou o vaso... Não, minha mãe não vai acreditar nessa...

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